Seu browser não tem suporte a javascript!

27 de março, terça-feira

A tragédia de Maricá já pode ser considerada uma chacina. As investigações apontam que milicianos mataram cinco jovens de 16 a 20 anos. A polícia disse que os tiros saíram da mesma arma. 

É possível que os milicianos já controlem serviços como segurança, gás, TV a cabo em áreas da região metropolitana, onde vivem 2 milhões de pessoas.

Após final de semana com oito mortos na Rocinha, a segunda-feira (26) começou muito tensa na comunidade com uma operação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), com um óbito confirmado.

Outro episódio de violência foi um tiroteio no Botafogo Praia Shopping na Zona Sul da capital. Houve correria e pânico, mas não se tem informações de feridos. Policiais militares foram ao shopping e até as 22h buscavam suspeitos.

Helicóptero da TV Globo flagrou uma verdadeira guerra entre traficantes e milicianos na região da Praça Seca/Jacarepaguá. 

Milicianos tentaram invadir a comunidade do Bateau Mouche, mas de dentro do presídio federal de Porto Velho em Rondônia partiu a ordem para traficantes resistirem. A violência entre tráfico e milícia na região tem aterrorizado a população que mora na região. Todo o conflito foi transmitido ao vivo e a fuga de bandidos parou o trânsito. Uma moradora foi ferida por bala e uma creche fechada por estar na rota dos bandidos. As cenas de guerra na Praça Seca aconteceram numa região da cidade que já teve 15 mortos desde 2017 e pelo menos 57 horas de tiroteio em dois meses. Os moradores alertaram que a guerra já tem mais de um ano. 

Ontem também aconteceu no auditório da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro a audiência pública “A intervenção federal e seus reflexos no cotidiano da favela". Participaram da mesa o Comando Militar do Leste, representando o interventor, general Walter Braga Netto; representantes dos ministérios públicos Militar, federal e do estado; da Defensoria Pública e da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O representante do interventor apresentou o organograma e principais objetivos da intervenção. Os demais integrantes da mesa descreverem suas funções junto ao sistema de segurança pública. Representantes de comunidades e órgãos de direitos humanos enumeraram preocupações com a atual situação de violência, destacando que as maiores vítimas são jovens, negros e favelados.

Foram cobradas respostas do representante do interventor sobre o acompanhamento de denúncias de violência cometida pela polícia e sobre a alta taxa de mortalidade durante as operações.

Os destaques do debate foram: segurança pública e direitos humanos não podem ser antagônicos; a favela é cidade e tem cidadania; extermínio da população negra e dos favelados.

Ontem, depois de uma avaliação sobre os graves episódios de violência no final de semana e das imagens de bandidos andando altamente armados na Praça Seca, o comando da intervenção resolveu colocar as Forças Armadas no patrulhamento de rua. A intenção é aumentar a visibilidade da intervenção. 

Com certeza, tem sido muito difícil para a população desde a última sexta-feira. A intervenção precisa gerar fluxo de segurança. 

Até amanhã,

Equipe da Olerj