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Dia 13 de março, terça-feira

A intervenção em Vila Kennedy fez sua primeira vítima fatal. O interventor deu longa entrevista em que afirma que as forças policiais não serão capazes de reverter o quadro da segurança sem o apoio dos serviços públicos funcionando. 

 O estado do Rio vive uma aguda crise em relação aos serviços de saúde e de assistência social, com salários atrasados e baixa cobertura de atenção. O sistema educacional funciona, mas os limites impostos pela precariedade das escolas é um impeditivo para que elas cumpram um papel mais interativo com as comunidades. 

A entrevista do interventor sobre os serviços públicos não trouxe novidade, pois o debate da importância da questão social para a prevenção da violência é antigo. 

Não há no momento uma articulação da intervenção com os secretários de Assistência Social dos municípios do estado. O diálogo do interventor com os secretários da área social seria muito bem-vindo. 

A intervenção segue sem que a população conheça seu plano de ação e seu planejamento. Fora a intervenção em Vila Kennedy, não há conhecimento de nenhuma ação organizada na região metropolitana ou nas demais cidades do estado. 

Estudo apresentado pelo Instituto de Segurança Pública trouxe um dado alarmante. Apenas 0,17% do recurso de investimento do Orçamento de 2017 foi usado na melhoria dos equipamentos dos policiais. 

A cidade em 24 horas teve três assassinatos que chocaram a população. Uma mulher foi assassinada dentro do carro com o filho no colo e uma mulher grávida foi atingida por bala e morreu. Apenas o bebê sobreviveu. 

O aplicativo Fogo Cruzado apontou que até 11 de março foram 272 tiroteios de arma de fogo com 62 mortos e 38 feridos. 141 desses tiroteios foram na capital,com 26 mortes e 14 feridos. 

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, veio a público dizer que os resultados da intervenção ainda vão demorar de quatro a seis meses para dar resultados. 

Há uma percepção de que o clima sobre a intervenção segue positivo, mas com praticamente um mês após o anúncio da intervenção, pouco de concreto há para se avaliar. 

Vale ainda destacar que nenhum policial militar ou civil recebeu o décimo-terceiro de 2017. Além disso, até o dia 12 de março, ainda não tinham recebido o salário referente a fevereiro. 

Hoje haverá reunião da equipe do Olerj com o Instituto de Estudos Sociais da Universidade Federal Fluminense. 

A observação segue. 

Até amanhã,

Equipe do Olerj