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Dia 15 de março, quinta-feira

Esta quarta-feira (14) terminou da forma mais triste possível com o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco. A vereadora, de 38 anos, filiada ao Psol, foi morta a tiros na região do Estácio no Rio. 

A polícia investiga a hipótese de execução. O motorista Anderson Pedro Gomes também foi morto. A vereadora voltava de um evento chamado “Jovens negras movendo estruturas”. No último sábado, Marielle havia denunciado ações de policiais militares (PMs) na área de Irajá. 

O clima é de total comoção. Marielle era socióloga formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio, com mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense. Foi a quinta vereadora mais votada no Rio em 2016. 

O Rio, com certeza, está mais triste e um pouco menos esperançoso após esta tragédia humana.

Hoje, em sessão solene realizada na Câmara dos Deputados para homenagear a vereadora carioca, o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), autorizou a criação de uma comissão externa para acompanhar as investigações do assassinato. 

Na terça-feira (13), na reunião da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que Acompanha a Intervenção Federal no Rio de Janeiro com a equipe do Olerj e auditores do Tribunal de Contas da União, estiveram presentes os deputados Hugo Leal (PSB-RJ), presidente da Comissão, Pedro Paulo (PMDB-RJ), Otávio Leite (PSDB-RJ), Subtenente Gonzaga (PDT-MG), Deley (PTB-RJ), Celso Pansera (PT-RJ), Chico Alencar (Psol-RJ) e Laura Carneiro (DEM-RJ).

O Olerj apresentou o seu plano de trabalho, disponível em seu portal. Entre as sugestões dos parlamentares, encontram-se a ampliação das frentes de estudos e pesquisas para verificar a relação do transporte alternativo com o tráfico e as milícias; o combate à extrema pobreza; o enfretamento da crise da habitação no Rio e da informalidade; a importância da sistematização dos dados sobre segurança pública; e o orçamento para a intervenção. 

Até agora não há nenhuma definição de orçamento para a intervenção. As ações de segurança pública seguem com o alerta para o risco no atraso na liberação de dinheiro para gastos como compra de equipamentos, munição e gasolina, já que o controle sobre a área de finanças do Rio de Janeiro permanece com o governador Luiz Fernando Pezão.

O Observatório segue acompanhando a informação de que a intervenção pode acabar em setembro para que o Congresso possa votar a reforma da previdência.

Também no dia 13 tomou posse na chefia da Polícia Civil o delegado Rivaldo Barbosa. Ontem (14) tomou posse o coronel Luís Claudio Laviano, novo comandante da Polícia Militar.

A agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indica que a violência foi uma das principais responsáveis pelo aumento da tarifa de luz muito acima da inflação.

Outro desafio posto para a intervenção são os policias inativos. Hoje o estado do Rio gasta R$ 280 milhões com policiais na ativa e R$ 248 milhões com inativos. 

O Gabinete de Intervenção Federal fez a primeira vistoria em um batalhão da Polícia Militar, que foi o 14º BPM (Bangu). Importante informar que a comunidade de Vila Kennedy fica na área do 14º BPM e é lá que ocorre o laboratório da intervenção. O Gabinete se comprometeu de, a cada semana, vistoriar unidades da PM e da Polícia Civil. 

Ontem também foi realizada uma operação contra grupo de milicianos na Baixada Fluminense, formado em sua maioria por militares. Os milicianos cobravam até R$ 1.000,00 dos comerciantes. Estudos apontam que as milícias atuam numa região de 348 km2, onde vivem 2 milhões de pessoas.

Até amanhã,

Equipe do Olerj