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Dia 21 de maio, segunda-feira

Os dados de abril divulgados pelo Instituto de Segurança Pública não deixam dúvidas das enormes dificuldades que a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro tem pela frente. A contínua morte de policiais e o crescimento dos homicídios consolidam na população enorme sensação de insegurança. 

Seguem dados comparativos dos meses de abril do ano passado e deste ano em relação a alguns crimes:

Latrocínio – redução de 36,3%

Roubos de aparelhos de celular – redução de 16,55%

Roubo de Carga – redução de 13,57%

Homicídios Dolosos – redução de 8,94%

Roubos de Veículos – redução de 4,8%

Morte Decorrente de Intervenção Policial – aumento de 26,3%

Estupros – aumento de 17,6%

Letalidade Violenta – aumento de 9,8%

 

Em algumas regiões do estado, os roubos triplicaram. Ocorreram avanços e recuos. No caso de roubos de veículos, as principais quedas foram:

Campinho (Rio de Janeiro) – 70,5%

Japeri – 66,6%

Santa Teresa (Rio de Janeiro) – 66,6%

Seropédica – 64,7%

Recreio (Rio de Janeiro) – 63,5%

 

Os principais aumentos:

Mem de Sá (Rio de Janeiro) – 366,6%

Rio das Ostras – 320%

Angra dos Reis – 214,3%

Itaboraí – 136,2%

Taquara (Rio de Janeiro) – 113,8%

 

No caso de roubos a pedestres, as principais quedas foram: 

Leblon (Rio de Janeiro) - 63,6%

Campinho (Rio de Janeiro) - 58,5%

Ipanema (Rio de Janeiro) - 58,1%

São Gonçalo - 56,2%

Copacabana (Rio de Janeiro) - 53,1%

 

Os principais aumentos foram: 

Rio do Ouro (Niterói) – 200%

Macaé – 120,5%

Seropédica – 69,6%

Barra da Tijuca (Rio de Janeiro) – 68,1%

Botafogo (Rio de Janeiro) – 54,9%

Vários especialistas seguem criticando a intervenção, já que os dados continuam graves. 

Na sexta-feira (18) de manhã, morreu o policial militar baleado em um assalto em Nova Iguaçu. O sargento da Polícia Militar, Eduardo Silva Dias, foi internado em estado muito grave. Ele tinha 48 anos. É 51º policial militar morto no estado do Rio em 2018.

Um carro do Exército teve uma pane na Vila do João, Complexo da Maré, e os militares foram obrigados a fugir correndo dos bandidos.

Na Zona Norte do Rio, vários cartazes foram expostos pedindo que moradores denunciem supostos milicianos. O cartaz pede que as denúncias sejam feitas na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas.

No sábado (19), as forças de segurança fizeram operação na Praça Seca com três mil homens do Exército. A operação foi concentrada em sete comunidades da Zona Oeste: Bateau Mouche, Caixa D’Agua, Chacrinha, Mato Alto, José Operário, Covanca e Pendura-Saia. O objetivo envolveu remoção de barricadas, revista de pessoas e veículos e estabilização da dinâmica da área.

Na Praça Seca, 26 bandidos foram presos e foram apreendidos cinco fuzis, 16 pistolas e duas gravadas. Em Belford Roxo, dois suspeitos ficaram feridos, um morreu e um outro foi preso durante confronto com policiais militares. Em Niterói, bandidos roubaram loja de celulares no centro da cidade.

No sábado (19), a Polícia Rodoviária Federal apreendeu na Via Dutra uma tonelada de maconha que abasteceria as favelas do Rio. As drogas em tabletes estavam em cilindros de um resfriador. Na mesma apreensão, foram encontrados 14 kilos de cocaína pura. A Polícia Rodoviária fazia uma blitz na altura de Itatiaia, no Sul fluminense, quando desconfiaram do caminhão.

No bairro da Lapa, cidade do Rio de Janeiro, policiais descobriram um bingo clandestino por meio de denúncia anônima. Na sexta, outro local de jogos ilegais havia sido fechado. No sábado, foram apreendidas 75 máquinas caça-níqueis.

Também no sábado a autoestrada Grajaú-Jacarepaguá ficou interditada durante toda manhã e só reabriu as 15h. A decisão de fechar se deu em relação à operação que envolveu três mil homens na região da Praça Seca.

O chefe do tráfico da Zona Oeste, Sérgio Luiz da Silva Júnior, mais conhecido como Da Russa, morreu durante troca de tiros no sábado no complexo do Lins. A situação do roubo de carros em Niterói é gravíssima. O indicador de roubo elevou as apólices de seguro em até 47%. 

Na Zona Norte da cidade, seguradoras já se negam a fazer seguros. Nos bairros do Fonseca e Barreto, é praticamente impossível fazer um seguro. Nos bairros da região oceânica (Camboinhas, Piratininga), o aumento no preço do seguro passou de 40%. No Fonseca, que tem a Alameda São Boa Ventura, que sai da ponte em direção à Região dos Lagos, foram 345 carros roubados de janeiro a abril de 2018. 

Na manhã de domingo, o ex-miliciano Liça, da Praça Seca, foi preso em operação conjunta da Polícia Federal com a Polícia Civil. Ele tinha três mandados de prisão e foi preso em fragrante. Havia uma recompensa de 2 mil reais do Disque-Denúncia pela sua captura.

Ainda na manhã de domingo, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) entrou em confronto com traficantes do Morro dos Prazeres em Santa Teresa. Dois suspeitos foram mortos. No domingo (20), um PM foi baleado numa tentativa de assalto em Nova Iguaçu. Foram dois tiros e ele foi levado para o hospital. 

Um casal de professores ficou 11 horas reféns de bandidos. Eles foram sequestrados na Ilha do Fundão na sexta-feira. Estavam chegando ao Centro de Ciências da Saúde. De olhos vendados, foram levados para uma comunidade em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Durante o cativeiro, os bandidos gastaram 38 mil reais em seus cartões de crédito. Foram soltos pelos bandidos às 22h de sexta.

A família já muito preocupada chegou a buscar informações em hospitais e até no Instituto Médico Legal. O professor confessou seu sentimento de revolta e tristeza. A crise de segurança no campus do Fundão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é muito grave e não há nenhuma medida eficaz de reação. 

Até amanhã,

Equipe do Olerj