Dia 28 de março, quarta-feira
Ontem (27), houve uma imensa operação envolvendo quase quatro mil homens na Autoestrada Jacarepaguá. A via expressa foi totalmente interditada durante a manhã. Integrantes das Forças Armadas, Polícia Militar e Polícia Civil participaram da operação com foco na comunidade Lins de Vasconcelos.
O Comando Militar do Leste definiu a operação como a maior já realizada depois do decreto de intervenção. Às 2h da madrugada, um blindado iniciou o trabalho entrando na comunidade. O Exército chegou às 6h da manhã. A autoestrada foi fechada nos dois sentidos para não oferecer riscos aos motoristas.
Ontem as Forças Armadas também fizeram operações nas penitenciárias de Bangu e em batalhões especiais da Polícia Militar. O foco foi a penitenciária Bangu 3, com alvo direto à galeria B7, que abriga os chefes da maior facção criminosa do Rio, o Comando Vermelho. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, a B7 é a “panela de pressão” do sistema prisional e muitos dos presos já deveriam estar em presídios federais.
A intervenção também decidiu o aumento do patrulhamento no Centro da cidade e na Zona Sul. Conforme anunciado anteriormente, o Exército iniciou forte patrulhamento nessas áreas, com viaturas circulando pelas ruas e avenidas e também fazendo vigílias em frente a hotéis e shoppings.
O Exército confirmou patrulhamento fixo em três lugares estratégicos da cidade: Copacabana, Botafogo e Centro. Isso significa uma alteração no planejamento, pois no início da intervenção o patrulhamento havia sido descartado. Mas os fatos levaram à mudança.
Ontem a Comissão Externa da Câmara dos Deputados que fiscaliza a intervenção aprovou sete requerimentos que tratam de solicitação de informações, realização de audiências públicas e pedido de investigação de crime. Os pedidos, que são dirigidos ao general Walter Braga Netto, ao Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e a outras autoridades, dispõem sobre planejamento da intervenção, avaliação das operações da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) já realizadas, orçamento para a intervenção e outros relativos à segurança pública.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) informou que já havia requerido ao ministro da Defesa informações sobre as doze GLOs realizadas no Rio, mas ainda não havia recebido resposta.
O presidente da comissão, deputado Hugo Leal (PSB-RJ), propôs a realização de audiência pública no dia 3 de abril, na Câmara dos Deputados, para discutir o orçamento da intervenção. Sugeriu ainda a realização de reunião de trabalho com o interventor e com a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio de Janeiro (OAB/RJ) na semana seguinte.
Até segunda,
Equipe do Olerj