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Dia 29 de maio, terça-feira

Na última semana, o Observatório Legislativo reuniu-se com o general Mauro Sinott, chefe do Gabinete da Intervenção Federal (GIF) e com os generais Ramires, diretor de Inteligência, e Franco, também de sua equipe. Segundo a cúpula da intervenção, o Plano Estratégico está quase finalizado e será disponibilizado no início de junho para a sociedade.

Questionado sobre o orçamento da intervenção, o general Sinott argumentou que o emprego de recursos tem que estar atrelado à estratégia e, portanto, a matriz orçamentária deverá ser divulgada no mesmo período.

Finalizado o diagnóstico e após as primeiras ações estruturantes e emergenciais, a intervenção entra agora em nova fase. O GIF vem integrando sistemas de informação e aplicativos e não utilizará apenas os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) para identificar a criminalidade. Vai se valer, por exemplo, do aprimoramento do sistema 190 e do Instituto Militar de Engenharia (IME).

Quanto às operações nas comunidades, o GIF informou que as atividades seguem o protocolo de estabilização da comunidade, remoção de obstáculos e ação comunitária. Da Vila Kennedy, que serviu como primeiro modelo de atuação, à operação na Praça Seca, alguns aspectos já foram aperfeiçoados, apesar dos recentes crimes na região amplamente divulgados na mídia (ver Diários do Observatório anteriores).

As tropas se instalam nas comunidades por dois meses e a ideia é que o governo do estado permaneça ali para dar continuidade ao trabalho o que,  segundo o GIF, não vem acontecendo. Como exemplo, citou que a maior parte dos médicos que prestaram assistência às famílias durante a ação comunitária na Vila Kennedy era do corpo militar, sendo necessária a participação mais ativa da Secretaria de Saúde. O GIF já realizou reuniões com as secretarias estaduais e municipais para sensibilizar sobre o aspecto da colaboração e do trabalho em conjunto.

Ficou claro para o Observatório Legislativo que os problemas são tão complexos que o legado da intervenção será mesmo a melhoria da qualidade da gestão da segurança pública: treinamento de policiais; proposta para contratos temporários nas polícias, a exemplo do que já ocorre no Exército; recomposição da capacidade operacional (efetivos e equipamentos); planos de carreira e nova formação calçada especialmente em um currículo em que os valores são a base de tudo, ou seja, nas palavras do general Sinott, “aquilo que eu ponho no peito do policial”.  No sistema prisional, as ações devem ficar restritas também ao campo do ensino, aquisição de equipamentos e avaliações das prisões.

Como disse um dos generais do GIF, não dá para abarcar tudo, era preciso identificar o problema e fazer um recorte do que poderia ser feito em dez meses. Um dado importante é que abaixo do interventor funciona o Gabinete da Intervenção, comandado pelo general Sinott, e um setor de administração e finanças, que só será desativado em julho de 2019, com todas as contas ajustadas e encaminhadas.

Nesta terça (29), o general Richards Nunes, secretário de Segurança Pública, falará sobre os 100 dias da intervenção no fórum organizado pelo Observatório Militar da Praia Vermelha. Certamente, essas questões serão mais uma vez abordadas.

Nos últimos dias, as forças de segurança do Rio focaram sua atuação em cuidar do transporte de caminhões para o abastecimento da população.

Até amanhã,

Equipe do Olerj