Seu browser não tem suporte a javascript!

Dia 6 de abril, sexta-feira

A participação do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, no Seminário “Agora, Brasil”, organizado pelo jornal O Globo, garantiu um importante debate e ampla participação social. O ministro afirmou que a intervenção na segurança pública falha na comunicação com o público. E se comprometeu a melhorar a informação aos cariocas e fluminenses. O ministro disse que os generais precisam explicar que a principal função deles é a reestruturação da Polícia Militar e da Polícia Civil. 

O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, disse que o principal problema da intervenção é que ela tem sido “regida pela lógica da segurança nacional de controle da informação”. Ele insistiu que ninguém sabe do que está ocorrendo e que, nesse setor, a transparência precisa ser uma premissa inegociável. O grande consenso do encontro é a importância de se criar metas transparentes. 

O debate confirmou a ideia de que os presídios são o berço do crime organizado. Jungmann reclamou da política de encarceramento no país. Segundo ele, ou há segurança para todos ou não vai ter para ninguém, “do bilionário ao desempregado”.

Ontem a polícia interrompeu um sequestro relâmpago na Barra da Tijuca e conseguiu prender o assaltante. Policiais da 16º Delegacia de Polícia Civil (DP) faziam uma ronda de rotina e perceberam a tentativa de crime. 

As tropas do Exército fizeram patrulhas durante a noite, o que foi bem avaliado pela população. 

Uma operação da PM em Belford Roxo, na comunidade Parque Colonial, terminou com um homem morto. Os policiais foram atacados por homens armados. A 64ª DP de Campos Elísios vai investigar. 

Em outra cidade da Baixada Fluminense, Nova Iguaçu, no início da tarde, houve perseguição policial com confronto na Via Dutra. Pela manhã, um homem foi morto a tiros enquanto andava de bicicleta. O 20º Batalhão disse que os disparos partiram de um motociclista.

O site The Intercept Brasil fez uma publicação exclusiva, realizada por cinco jornalistas, afirmando que a cidade do Rio de Janeiro está sob total controle das milícias. O levantamento foi feito com base no Disque-Denúncia. Das 6.575 ligações anônimas que o serviço recebeu em 2016 e 2017, 65% delas denunciavam milicianos. 

O estudo aponta que os conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida estão sendo totalmente dominados pelas milícias. A equipe do Observatório vai estudar o levantamento e organizar um Retrato da Intervenção sobre esse assunto.

Outro tema que preocupa os fluminenses é o custo da violência, sobretudo pela “explosão” do roubo de carros. Algumas seguradoras já recusam fazer seguros e os preços variam muito de acordo com o bairro. O presidente do Sindicato dos Corretores, Henrique Brandão, disse que a violência carioca impacta a vida de todos. Ele já perdeu de 40% a 50% do que ganhava há três anos.

A Assembleia Legislativa do estado reluta em devolver 87 policiais militares já solicitados pelo Gabinete da Intervenção. Atualmente 146 PMs estão cedidos à Alerj, oito deles lotados no gabinete do ex-presidente da Casa, deputado Paulo Melo, preso desde novembro de 2017. O presidente, André Ceciliano, quer debater o assunto com o secretário de Segurança Pública, general Richard Nunes, alegando que são muitos os deputados ameaçados.

 As investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes seguem. O vereador Zico Bacana, citado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias, prestou depoimento sobre o caso e negou categoricamente qualquer envolvimento.

Na madrugada, um PM matou um colega de farda durante uma discussão na Zona Norte do Rio. Antônio Anderson, de 44 anos, foi morto por Thiago de Morais. Anderson é o 33º PM assassinado no estado em 2018. Dois policiais civis também foram mortos. 

Até segunda,

Equipe do Olerj