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Homicídios dolosos

Queda no indicador de letalidade violenta

Esse é o primeiro mês que o Instituto de Segurança Pública (ISP) divulga os dados através de uma nova ferramenta de visualização de dados de criminalidade e atividade policial do estado. A um mês do fim da intervenção na segurança pública no estado do Rio de Janeiro, alguns números mostram os resultados das ações.

O ISP divulgou que o indicador de letalidade violenta apresentou a maior queda para o mês de outubro desde 2015. O homicídio é qualificado como doloso quando há intenção de matar ou o agressor assumiu o risco de matar, agindo por vontade própria e tendo consciência do que estava fazendo.

Foram 378 vítimas em outubro. Em relação a setembro último, a queda foi de 1%, e comparando o dado com outubro de 2017, a queda foi de 22%. No comparativo dos últimos três meses (agosto, setembro e outubro) com os três meses anteriores de 2018 (maio, junho e julho), a queda ficou em 7%.

Retratos da Intervenção - Homicídios Dolosos - Quadro janeiro a outubro.PNG

Em 2017, o estado do Rio de Janeiro viu 5.346 homicídios dolosos. A Baixada Fluminense foi a região com o maior número de crimes, com 1.882, seguida pela capital do estado, com 1452 homicídios.

A uma nova ferramenta de visualização de dados de criminalidade e atividade policial do estado disponibilizada pelo ISP permite a visualização da distribuição e características destes crimes.

Para 2017 e anos anteriores, o ISP já disponibiliza um quadro bastante completo sobre homicídios dolosos. Do total de assassinatos, 76% foram perpetrados com arma de fogo.

Seguindo a tendência já constatada, a maioria das pessoas assassinadas em 2017 é composta por homens (88%), pardos e negros (69%) e jovens entre 18 e 29 anos (34%).

Retratos da Intervenção - Homícidios dolosos - perfil da vítima.PNG

O Rio de Janeiro apresentou em 2017 a maior taxa de mortes violentes desde 2009. Foram 6.749 casos em 2017, incluindo outros tipos de homicídios – culposo, decorrente de intervenção policial, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.

Na comparação entre outubro de 2018 e outubro de 2017, para todos os crimes de letalidade violenta (homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e morte por intervenção legal) houve uma redução 15% e um aumento de 3% em relação a setembro deste ano.

Foram 517 vítimas registradas em setembro passado, que representaram o menor número para o mês desde 2014. As mortes por intervenção policial, entretanto, continuam aumentando. Em relação a outubro do ano anterior o aumento foi de 30%, porém, na comparação com os três meses anteriores de 2018, houve queda de 4%.

O roubo de carga segue como um dos crimes com grande queda, 28% em relação a outubro de 2017. Foram 651 ocorrências, o menor indicador para o mês desde 2014.

Retratos da Intervenção - Homicídios Dolosos - roubo de carga.PNG

Os roubos de veículos registraram redução de 1% em outubro com relação ao mesmo período do ano anterior e os roubos de rua (roubo a transeunte, roubo de aparelho celular e roubo em coletivo) aumentaram 4%.

Nova ferramenta

Vale a pena visitar a nova ferramenta disponibilizada pelo ISP para a consulta de dados sobre criminalidade. É uma plataforma interativa, que permite comparações de indicadores entre anos e regiões em diferentes níveis geográficos.

Endereço: http://www.ispvisualizacao.rj.gov.br/

 

Entrevista

Policial militar, 45 anos

A intervenção está terminando. Como você vê o que aconteceu até aqui?

Eu nunca pensei em dizer isso, mas eu lamento que o pessoal vá embora. Não sei te dizer, com os dados que eu tenho, se a intervenção foi realmente eficaz, mas a percepção que eu tenho é que aliviou um pouco o clima para os companheiros que trabalham na rua, no enfrentamento direito à criminalidade.

Os dados do ISP mostram que houve redução nos assassinatos

Aqui na região eu lhe garanto que sim. Eu trabalho com este números. Não quer dizer que estamos num bom patamar. Não é isso. Lidamos com um nível de violência muito alto. Mas de alguma forma conseguimos uma redução, e num quadro de crise e enfrentamentos muito grave.

Enfrentamento entre policiais e criminosos?

Sim, sim. Taí a milícia, as brigas de facções, os arrastões aqui na Dutra... E tem também a crise do estado, do governo, a falta de verba, o sucateamento das policiais. A opinião pública só enxerga o resultado – que é o aumento da criminalidade – mas tem as causas. A gente, aqui, vive as causas, a falta de condições de trabalho.

Mas o governo muda agora. Isso pode melhorar?

Se houver condições orçamentárias para melhorar. E se a crise continua? Quem vai dar jeito nisso? Eu lamento que as Forças Armadas saiam das ruas. Era só uma meninada sem experiência, uns meninos, mas ajudava na impressão de segurança, dava moral pra gente também.