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Perfil das vítimas de grupos vulneráveis

Um dos maiores desafios da intervenção federal na segurança no estado do Rio de Janeiro é lutar pela vida de todos. Os índices de homicídios seguem crescendo, mas jamais se poderá aceitar a banalização da morte.

A equipe do Observatório apresenta, no segundo Retratos da Intervenção, o perfil da vítima dos homicídios no estado. A ideia é retratar o problema, buscar compreendê-lo e construir soluções. Os dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro detalham e exemplificam o tema de hoje.

Progressão dos homicídios nos últimos três anos

Em 2014, foram 4.942 homicídios no estado. Em 2015, 4.200. Em 2016, 5.042. Os dados de 2017 ainda não estão consolidados.
E quem são as vítimas?



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Fonte: Instituto de Segurança Pública - ISP Rio de Janeiro


Os dois gráficos (dados de 2016) mostram que as vítimas da violência em sua quase totalidade (87,78%) são homens. E 67,22% são pardos ou negros.


Fonte: Instituto de Segurança Pública - ISP Rio de Janeiro.

O que mais chama atenção nestes dados é que pouco, ou nada, se sabe sobre os motivos dos homicídios.

Os dados revelam que não há processos de investigação consistente que levem ao estabelecimento dos motivos para o homicídio.

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Fonte: Instituto de Segurança Pública - ISP Rio de Janeiro.


Este histograma de homicídios produzido pelo Instituto de Segurança Pública em 2016 é alarmante, pois mostra que existe uma concentração de vítimas de 15 a 29 anos, sendo que o maior número de pessoas assassinadas tem entre 17 e 19 anos. São jovens que deveriam estar na escola. Precisamos de um estudo que revele quem são estas jovens vítimas. São estudantes ou já evadiram da escola?


Foto: JK9.

A pergunta que precisa ser feita é por que estes jovens e adolescentes estão nesta guerra urbana. E se eles estivesse aqui ?


Foto: Jornal A Tribuna.

Se eles estivessem nas salas de aula, com absoluta certeza os números dos homicídios entre jovens seriam muito menores.

O Observatório tem buscado um diálogo permanente com educadores e gestores da educação em audiências públicas nos município do estado do Rio. A garantia de um cenário menos violento e a construção da segurança passa necessariamente pela escola e pela educação.


Entrevista

Conversamos com um jovem de 20 anos, negro e morador de uma favela no município de Niterói. Mantemos a identidade do jovem oculta por sua solicitação e para sua proteção.

Você estuda?
Não. Tive que parar na sétima série para trabalhar.

Trabalha em quê?
Trabalhar, mano, trabalhar. Tinha que, tipo, levar dinheiro pra casa, ajudar lá. Tem que trabalhar, mano.

Mas você trabalha com carteira assinada?
Deixa de caô! Qual é de carteira assinada? Trabalho no que der, no que aparece pra fazer.

Você já teve problema com a polícia?
Todo mundo que mora em favela tem problema com a polícia. Ainda mais a galera assim mais nova, a rapaziada...

Mas já foi preso?
De repente, de vez em quando a gente, tipo, dá mole.

Você não tem medo de morrer?
Ué! Todo mundo um dia morre. Medo de quê? É a vida. Isso é da vida.

Uma última pergunta: você tem vontade a voltar a estudar?
Dá mais tempo pra isso não. Tenho mesmo é que trabalhar.